sábado, 19 de maio de 2012

'Foi um caminho natural ter meu pai cantando no meu CD', diz Julia Bosco


Camila Maia/ Divulgação

Filha de um dos nomes mais importantes da MPB, João Bosco, a cantora Julia Bosco faz show nesta quinta-feira (10) em São Paulo para promover o lançamento do seu primeiro disco, Tempo.  Em entrevista por e-mail ao E+, Julia falou da relação com o pai, suas influências musicais e do seu visual.

Você acha que a presença do seu pai, João Bosco, no início da sua carreira foi fundamental? Por que escolheu tê-lo como parceiro logo na estreia (no CD e no show)?
Acho que o meu pai é uma referência musical completa para mim e ele tem mais conexões comigo do que qualquer outra pessoa poderia ter, inclusive por questões logísticas. Por isso, tê-lo ao meu lado não foi de fato uma situação que ponderei antes de decidir, foi um caminho natural.

E esse look cacheado? Foi intencional mantê-lo?
Sim, mas não é fundamental. Eu uso porque gosto mesmo, acho bonito, enfeita o contorno do rosto e quando bate a luz parece que a gente tem uns raios saindo da cabeça. A estética do disco não obriga o cabelo a ser natural, mas acho que ajuda como mensagem deste primeiro trabalho que, além de tudo é autoral: ele diz que aquela ali sou eu.

Você gosta de alguma diva do pop?
Sim, gosto de algumas e sou super fã da Madonna, como todas as meninas que nasceram em 1980! Acho que essa coisa do pop americano hoje em dia é plástico demais. É aula de dança demais, e eu me perco um pouco. Mas ainda assim, admiro o espetáculo.

Na sua intimidade, o que você ouve? Acha o pop relevante para a vida e trabalho? É possível uma aliança entre o popular e erudito?
Ouço coisas variadas, e procuro de alguma forma conhecer as novidades, porque gosto de saber do que as pessoas estão falando, mesmo quando o estilo não é o meu preferido. Principalmente dentro do mercado nacional, com a nova cena da música. Mas tenho discos de muita estima, que já me acompanham há tempos: algumas divas de jazz, alguns cantores de soul, bandas de rock, muita música brasileira.

Acha o pop relevante para a vida e trabalho? É possível uma aliança entre o popular e erudito?
Acho ótima a aliança entre o pop e o erudito. Não vejo nenhum demérito no pop e não supervalorizo o erudito. Um não existiria sem o outro.

Fora do universo MPB/ Bossa nova, jazz e blues, quem mais você ouve? Quem lhe influencia?
Gosto muito de rock também, como Led Zeppelin, Deep Purple e Pink Floyd, e a influência dessas coisas todas acabam surgindo em pinceladas suaves no meu trabalho de alguma forma, sem a preocupação de que isso se mostre com força, mas sabendo que está li, tudo muito sutil. Muita gente me influencia no sentido de despertar uma inquietação que se desdobra em música, mas não como espelho.

O que você não ouve de jeito nenhum?
Há algumas vertentes da música eletrônica e da música feita para "bombar a pista de dança" que eu acho realmente muito chatas e corro delas, porque não consigo aproveitar um ambiente que me deixe confusa e sobressaltada o tempo todo.

Sendo você a nova geração da MPB,o que você tem feito para rejuvenescer o estilo? Há essa preocupação?
Não, preocupação em rejuvenescer estilo eu não tenho nenhuma, acho que isso acontece naturalmente porque a nova geração vem com bagagens diferentes e forma um outro cenário, e isso não deriva de uma coisa forçada. A tecnologia está aí, os novos instrumentos, a nova sonoridade. Isso tudo está no ar para a gente pegar.


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