quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Da passarela para as ruas: veja as tendências que saíram dos desfiles direto para as vitrines


Crédito Imagem: AgNews/ Marcia Fasoli
Apesar de a cada ano a moda produzir criações menos conceituais e estilistas enveredarem pelo caminho comercial de formas "convencionais", muitas pessoas ainda torcem o nariz quando ouvem falar de desfiles, previews e tendências para as próximas estações. Até mesmo os fashionistas ficam em dúvida sobre quais apostas irão de fato vingar nos próximos meses e o que deve ser guardado ou eliminado do guarda-roupa.
Pensando nisso, o E+ acompanhou os desfiles da 13ª edição do Coleções, evento promovido pelos lojistas do Mega Polo Moda, centro atacadista de pronta-entrega que abastece lojas varejistas em todo o Brasil e países vizinhos. Os desfiles que aconteceram entre 30 de julho e 1º de agosto, apresentaram cerca de 1.500 looks que retrataram de forma dinâmica as tendências apontadas nos desfiles internacionais e nacionais e, o principal, mostraram que moda popular tem qualidade e criatividade.
Selecionamos alguns looks do Coleções e colocamos lado a lado com as grandes marcas do Fashion Rio e SPFW para você ficar antenada com o que vai ser hit na Primavera/Verão 2013. E o melhor: gastando pouco. Confira:

'Ninguém se mantém preso ao samba', diz Alcione


Crédito Imagem: Raphael Dias
Alcione, uma das principais vozes do samba do País, é o destaque do projeto Mulheres do Brasil neste sábado (11), no Via Funchal, em São Paulo. A cantora apresentará o show Duas Faces, que celebra seus 40 anos de carreira. O roteiro é baseado em dois DVDs - Jam SessionAo Vivo, na Mangueira
Dentre os sucessos que ela mostrará no palco estão Meu ÉbanoNem MortaPoder da Criaçãoe, ainda, as inéditas Não Me Entrego a Mais NinguémMulher-Bombeiro e Beco Sem Saída. A Marrom, como é conhecida por seus fãs, deu entrevista exclusiva ao E+. Confira.
O samba voltou ao auge por causa de uma nova geração de cantores que resgatou o gênero para o público jovem. Concorda?
Mais ou menos,  porque houve a grande ascensão de Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz, e isso foi muito bom para o samba.
Por outro lado, há uma geração de artistas que acredita que se manter preso ao samba é sinal de falta de renovação na música. O que acha disso?
Ninguém se mantém preso ao samba. É uma questão de postura. Zeca e Arlindo, "por exemplo", não abrem mão do samba. Eu, de minha parte, já gosto de cantar outros ritmos. 
Quem são os grandes nomes dessa nova geração hoje?
Zeca, Arlindo, Diogo Nogueira, Mart'nália, Dudu Nobre, Revelação, dentre outros tantos.
Você é de uma geração de cantoras que jorrava emoção a cada verso que cantava. Hoje isso é meio raro. O mundo pede profissionais mais "discretos"?
Não acredito. Emoção é emoção, não pode ser cantada a conta-gotas.
Se você pudesse escolher as três músicas fundamentais de sua carreira, quais seriam elas?
Rio AntigoNão Deixe o Samba Morrer e Sufoco.
Você nunca pensou em gravar um disco de jazz? 
Não.
Você faz projeções a curto prazo, tipo o que você pretende fazer daqui a cinco anos?
Não, sempre penso daqui a um ou dois anos.
Quem são, para você, os melhores cantores do Brasil e do mundo? Por quê?
Emílio Santiago e Anita Baker, porque jorram emoção a cada música.
Você também é conhecida por ser uma excelente cozinheira. Que prato considera sua obra-prima? 
Torta de Caranguejo com Arroz de Cuxá.
Como você enxerga suas escolhas de músicas para o futuro em um cenário musical que trata o amor de forma perecível, fugaz e despido de romantismo? Outrora o amor era exaltado de forma romântica em suas músicas e de outros artistas de sua geração. Mas e agora?
Agora eu continuo a enxergar o amor como algo sem o qual o ser humano não pode viver. O romantismo jamais será antigo, ele apenas muda de acordo com as pessoas e estilo.  Mas ele estará sempre ali embutido em algum gesto ou em alguma frase, graças a Deus.

Miranda Kassin lança seu primeiro disco autoral


Reportagem: Stéfanie Privado

Exposição transforma personagens da Disney em versão para adultos



Com a intenção de debater e contemplar a diversidade sexual, o artista mexicano Rodolfo Loaíza se inspirou no universo infantil da Disney para compor a sua exposição War Dirty Tortures.

Na mostra, imagens de príncipes e princesas em beijos gay, Cinderela raspando a cabeça (em menção ao momento mais polêmico de Britney Spears), além de outros personagens em situações inusitadas. A mostra está em cartaz na galeria La luz de Jesus, em Los Angeles (EUA).

Confira algumas das obras na galeria abaixo:


Em passeio na praia, Naomi Campbell exibe 'calvície' após anos do uso de apliques


Foto: Reprodução
Uma das tops mais famosas do mundo, Naomi Campbell sempre faz aparições públicas visando ostentar a imagem perfeita. Mas um flagrante de um dia de folga da modelo, publicado nesta quinta-feira (8) pelo site do jornal Daily Mail, revelou que sua aparência, diferente do que todos pensam, não é tão impecável assim.
Clicada enquanto estava curtindo suas férias em um passeio de barco em Ibiza, na Espanha, a modelo de 42 anos revelou que o uso de apliques durante muitos anos a fez ficar com grandes falhas capilares. Mesmo exibindo seu corpo em forma em um biquíni pequeno, as atenções se voltaram para o seu cabelo, que é bem diferente do que aparece em ensaios e desfiles.
Esta não é a primeira vez que Naomi tem problemas com os seus cabelos. Já há alguns anos, especialistas alertaram a inglesa que ela está sofrendo de alopécia por tração - perda de cabelo causada pelo uso de extensões. Será que vale a pena o preço pela beleza?

'Avenida Brasil': confira os erros e acertos nos looks dos personagens


Ele é cômico e diferente, mas nem por isso perdoa os deslizes no visual das celebridades. Famoso pelo quadro Pode ou Não Pode, do programa Muito + de Adriane Galisteu, o stylist Rapha Mendonça aceitou o convite do E+ e deu seus pitacos sobre os looks dos personagens da novela de maior sucesso no momento: Avenida Brasil, que passa às 21h na TV Globo.
Gostou da legging da Suelen? Quer copiar os vestidos de oncinha da Muricy? Tem receio do visual sempre branco da Carminha? Veja na galeria o que vale a pena apostar ou do que você deve correr para não parecer mais um personagem do bairro do Divino. Confira:

Boneca Barbie inspira exposição sensual de fotos


Inspiração no mundo infantil, na moda e até mesmo na beleza, a boneca Barbie é um ícone que traz à tona o lúdico e a imaginação, seja ela inocente ou adulta.
E foi sob a óptica sensual que a artista Patricia Kaufmann desenvolveu a sua exposição Sombra Negra, em cartaz na  Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria, a partir do dia 9 de agosto. Na mostra estarão expostas 25 imagens em que a artista volta a discutir o mito da beleza se apropriando da boneca para a sua criação.
Patricia Kaufmann vem fazendo releituras e apropriações da boneca, em pintura, objetos, instalações e desenhos desde 2004, e se vale agora da fotografia para esta exposição. "Muito me interessa esse mundo de 'faz de conta' e impossibilidades, deste 'ser de plástico' tão irreal, mas que tem a capacidade de mexer com a cabeça humana de forma tão distorcida", disse a artista.
"Sombra Negra é um retrato da boneca em momentos reflexivos, introspectivos, solitários e despida de qualquer artifício de vestimenta ou acessório que faz alusão à riqueza e ao poder. Nas fotos ela é mostrada sem rosto para que nós possamos nos enxergar nela. Escolhi a fotografia por considerá-lo um meio ideal de mostrá-la em sentido dúbio – mulher ou boneca?", afirmou Patricia.
Serviço
O que: Exposição Sombra Negra de Patricia Kaufmann  (25 fotos P&B)
Quando: de 09 agosto a 25 de agosto/ 2a a 6ª feira, das 10h. às 19h. Sábado, das 10h às 14:30h
Onde: Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria - Rua Bela Cintra, 1533 - Tel (11) 3082-5292
Mais informações: www.monicafilgueirasgaleriadearte.com.br

Após polêmica de Joelma, Gaby Amarantos protesta sobre a homofobia




Um dia após o polêmico vídeo da cantora Joelma, do grupo Calypso, cair na rede e tornar o assunto um dos mais comentados nas redes sociais, a intérprete de Ex Mai Love, Gaby Amarantos, publicou em sua página no Facebook uma foto no qual usa uma camiseta com a frase: "Diga Não a Homofobia".

Atitude apoiada por seus fãs, que elogiaram a sua postura sobre o episódio, em contrapartida a cantora despertou a ira dos fãs de Joelma. Eles acreditam que o vídeo foi um "mal entendido" e que Gaby, paraense como a colega, está usando a história para se promover. Termos como "oportunista, "falsa" e "recalcada" foram usados pelos fãs furiosos da banda de Chimbinha, marido e parceiro musical de Joelma. 

Até o momento do fechamento desta nota, a foto já tinha 98 compartilhamentos, 574 "likes" e uma centena de comentários, a maior parte negativos. Uma coisa é certa: no meio dessa confusão, ao menos, um tema importante entrou em pauta. E você, o que pensa disso?



Chega ao Brasil livro sobre vida e obra do diretor Quentin Tarantino


Uma boa trilha sonora, muito sangue, vontade de rir em momentos inapropriados, cenas emblemáticas em preto e branco, coloridas ou em desenho e mais sangue. Você não precisa ler os créditos para saber que se trata de um filme de Quentin Tarantino, não é mesmo?
A Barba Negra – selo do grupo LeYa - publica em agosto o livro Quentin Tarantino – Arquivos de um Fanático por Cinema (384 páginas, R$ 44,90), de Paul A. Woods, o mesmo autor de O Estranho Mundo de Tim Burton, lançado em 2011. A obra, assim como a antecessora, esmiúça a carreira do diretor, em um almanaque que reúne fotos, entrevistas essenciais, artigos, ensaios, filmografia e textos escritos pelo próprio diretor. O livro conta ainda com três capítulos especiais para a edição brasileira, em que o tradutor Cassius Medauar, analisa suas três obras mais recentes: Sin CityBastardos Inglórios e À Prova de Morte.
Antes de 1992, ninguém sabia quem era Quentin Tarantino. Mas foi só uma orelha ser cortada em uma das cenas de tortura mais inesquecíveis da história do cinema, e aliás, a sequência preferida do diretor, que o mundo passou a prestar atenção nesse nome. Dois anos depois, Uma Thurman apareceu na tela com os cabelos pretos curtos, tomando injeção de adrenalina e dançando ao lado de um John Travolta matador e cabeludo, e ninguém jamais esqueceu. 
Desde Hitchcock, nenhum diretor denotava um gênero próprio apenas pelo nome. É algo muito Tarantino misturar coisas que aparentemente não se combinam. Citações bíblicas enquanto um tiro vai ser disparado, uma noiva espancada até ficar inconsciente no próprio casamento, o sex symbol Brad Pitt tirando escalpos nazistas, Like a Virgin, de Madonna, gerando uma empolgada discussão de significado entre um grupo de homens e por aí vai.
Se até Saddam Hussein foi encontrado com uma cópia de Pulp Fiction durante a Guerra do Iraque, é difícil achar alguém que resista ao charme das obras de Quentin Tarantino. Uma mistura impecável de comédia e terror, com violência e sangue ao extremo, é visível a paixão de Tarantino em cada detalhe de seus filmes. Ao final de cada um deles é até possível imaginá-lo perguntando, assim como Mr. Blonde, de Cães de Aluguel, questiona no final da cena preferida do diretor: "Foi tão bom para você quanto foi para mim?".
Sobre o autor: Paul A. Woods é escritor e editor de livros de cultura e cinema cult. Entre suas obras de maior sucesso estão O Estranho Mundo de Tim Burton e Weirdsville USA: The Obessive Universe of David Linch lançado nos Estados Unidos em 1997.

Jack Bruce, vocalista e baixista do Cream, vem ao Brasil pela primeira vez


O compositor, cantor e multi-instrumentista escocês Jack Bruce vem ao Brasil pela primeira vez. Ele fará duas apresentações no País: no Teatro Bradesco, em São Paulo, e na cidade de Porto Alegre, ainda sem local definido.
Bruce é considerado um dos maiores gênios do baixo. Sua intensa musicalidade e profundo conhecimento harmônico revolucionaram por completo a linguagem do baixo elétrico, libertando da função de mero acompanhante. Seu timbre pesado e levemente distorcido foi a referência para toda uma legião de baixistas que se tornaram expoentes no cenário do rock mundial. 
Como integrante do grupo Cream, ao lado de Eric Clapton e Ginger Baker nos anos 60, se tornou uma das lendas do rock e do blues mundial, influenciando bandas como Led Zeppelin e Deep Purple.
Carreira solo
Em 1968, quando o Cream acabou, Bruce seguiu em carreira solo, misturando em seus trabalhos elementos do rock e do jazz. Desde então, mesclou em seus grupos músicos capazes de navegarem ambas as frentes como os guitarristas  Mick Taylor, Gary Moore, Robin Trower, Clem Clempson e Allan Holdsworth, os bateristas Simon Phillips e Billy Cobhan, o tecladista David Sancious,  e até mesmo o iconoclasta Frank Zappa, com quem coescreveu a música Apostrophe, que dá nome a um dos álbuns mais importantes do genial compositor e guitarrista.  
Em 1993, Jack Bruce entrou para o lendário Rock & Roll Hall of Fame, como integrante do Cream. No mesmo ano, fez seu show de 50 anos.  A apresentação foi registrada e saiu no CDCities of the Heart. Dois anos depois, lançou Monkjack, trabalho em que mostra a influência de Thelonious Monk em sua arte. Ainda nos anos 90, tocou com os All Star banda do Beatle Ringo Starr, ao lado de astros como Peter Frampton, Todd Rundgren e Dave Edmunds
Trabalhos mais recentes
Dois novos álbuns de Jack foram lançados em 2008: O primeiro foi Jack Bruce with the HR Big Band, onde fez versões de suas composições para a orquestra alemã de Hessische Rundfunk. O segundo, Seven Moons, com músicas inéditas. Ainda nesse mesmo ano, saiu Spirit, album com live sessions de Jack para a BBC
Ainda em sua recente discografia, destaca-se o album Can You Follow, uma viagem musical por sua trajetória musical, desde os 19 anos do roqueiro até os dias atuais.
Biografia e documentário 
Há dois anos foi lançada a biografia do músico, Composing Himself, e o documentário Rope Ladder to the Moon, dirigido por Tony Palmer, retratando toda a trajetória do músico. Sempre em atividade e no auge de sua criatividade, Jack se reuniu recentemente com o guitarrista Verno Reid, o tecladista John Medeski e a baterista Cindy Blackaman (mulher de Carlos Santana) num projeto que revisita a obra do Tony William’s Lifetime denominado Spectrum Road, no qual gerou um disco.
Jack chega ao Brasil com sua Blues Band, onde explora suas principais influências: o Blues, sob sua ótica jazzista e sua requintada habilidade de compositor de alguma das canções que fazem parte da trilha sonora da vida de seus fãs.
Serviço:
Show Jack Bruce e Banda (Tony Remy - guitarra,  Frank Tontoh - bateria, Paddy Milner - piano e teclados, Nick Cohen - baixo, Winston Rollins – trombone, Derek Nash - sax tenor e Paul Newton – trompete. 
Dia 24/10, quarta feira, às 21 horas
Local: Teatro Bradesco - Rua Turiassu, 2100 - 3° Piso do Shopping Bourbon - São Paulo - SP
Ingressos: R$100 a R$ 250 - www.ingressorapido.com.br

'Foi uma viagem solitária', diz Pedro Luís sobre novo disco


Jorge Bispo/ Divulgação
Depois de apresentar composições do primeiro disco solo, Tempo de Menino em 90 minutos de show para cerca de 300 pessoas no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no último domingo (22), o cantor e compositor carioca Pedro Luís falou ao E+ como foi o processo do registro desse trabalho que além de revelar sua intimidade é um marco em sua carreira até então construída com os projetos Pedro Luís e a Parede (PLAP) e Monobloco.
Como foi o processo de produção e gravação do disco?
Foi tranquila e criativa. Foram 15 meses entre o começo das gravações e a masterização em Abbey Road. O Ministério, dupla de produtores composta por Rodrigo Campello e Junior Tostói, foi fundamental na percepção de como juntar canções tão diversas num mesmo universo sonoro.
Qual a principal diferença que esse trabalho tem dos outros que já gravou?
Em primeiro lugar todos os riscos estavam na minha conta. Foi uma viagem solitária, o que há muito tempo eu não experimentava. Também não teve foco na percussão que é uma das características marcantes de meus trabalhos coletivos, tanto com a PLAP como o Monobloco. Em Tempo de Menino ela aparece apenas como detalhe. Há também uma incursão por um universo de canções que não cabem nos meus outros projetos e que como cantor me interessa interpretar.
Quais foram as inspirações para a composição das canções?
São diversas as inspirações, mas todas as percepções de um cotidiano contemporâneo, sejam elas do ponto de vista romântico ou sob a ótica da crônica urbana. Há também canções que foram gravadas por outros intérpretes e que eu gostaria de cantar, como a canção  (Pedro Luís, Roberta Sá e Carlos Rennó) que já havia sido gravada pela Mariana Aydar, e Os Beijos(Pedro Luís e Ivan Santos), que a Elba Ramalho gravou é outro exemplo.
Se pudesse escolher um conceito, uma ideia principal da mensagem do disco, qual seria ela?
Acho que o conceito principal foi mostrar um panorama de canções que revelassem a velocidade de contemplação de nosso tempo de criança, com o qual perdemos contato na aceleração dos dias atuais.
PLAP e o Monobloco. Como ficarão?
PLAP está de recesso enquanto a turnê Tempo de Menino durar. Monobloco continua em plena atividade e sempre que não há shows de Tempo de Menino eu estou lá, naquela locomotiva de alegria abastecedora!

Chega ao Brasil o DVD 'Yellow Submarine', primeiro filme animado dos Beatles


Mesmo após quatro décadas do final da banda, o quarteto de Liverpool continua exercendo fascínio nos antigos e novos fãs e para estes chega ao Brasil Yellow Submarine, filme de 1968 e o primeiro longa animado dos Beatles. O material foi restaurado  digitalmente, preservando as suas características originais (cut-out) e esta disponível em DVD e Blu-Ray.
Em embalagem colorida com alguns mimos, como transparências com cada beatle desenhado, adesivos e livrinho original (em inglês) contendo todo o storyboard do filme, o lançamento chega ao País acompanhado da trilha sonora do filme com sucessos como Eleanor Rigby,Lucy in the Sky with Diamonds, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, entre outras faixas que todo fã de carteirinha da banda sabe cantar de cor.
Além do filme, o DVD traz muitos extras: documentário Mod Odyssey(bastidores da produção do filme), trailer original de divulgação, sequências de storyboard, entrevistas com produtores, dubladores e pessoas envolvidas na produção de Yellow Submarine e o melhor para qualquer admirador ou curioso por música: imagens raras e inéditas de John, Paul, Ringo e George.
Dirigido por George Dunning e escrito por Lee  Minoff, All Brodax, jack Mendelsohn e Erich Segal, Yellow Submarine é baseado na música de John Lennon e Paul Mccartney que retrata um conto fantástico de amor, paz e esperança impulssionados pela música. O filme, um marco na época, tornou-se imediatamente importante após o seu lançamento por exibir efeitos especiais (na época os mais modernos), além de ter referências claras na Pop Art de Andy Wahrol, Martin Sharp, Alan Aldridge e Peter Blake.
No ano que vem no mês de abril, será lançado uma nova edição compacta, de capa dura do livro ilustrado Yellow Submarine. O livro, que poderá ser encontrado em livrarias e na Beatle Store (www.thebeatles.com), traz em suas 40 páginas, a beleza e a arte do filme que encantou adultos e crianças por gerações. Uma versão interativa do livro também está disponível para download grátis na iBookstore da Apple para Ipad, Iphone e Ipod em (www.Itunes.com/thebeatles).
É novidade para nenhum fã colocar defeito, inclusive nos preços que seguem a média do mercado: o CD com a trilha sonora custará em média R$ 34,90, o DVD R$ 49,90 e o Blu-Ray R$ 84,90. Agora só é preciso um pouco mais de paciência: o material todo só estará no mercado no dia 1 de agosto. 

'De fã para fãs', diz Digão sobre disco conjunto com Ultraje A Rigor


Foto: Divulgação
Todo fã adoraria e sonha em um dia poder dividir o mesmo espaço, quiçá o palco com os seus ídolos. Mas o que para alguns parece impossível, para outros torna-se projeto com direito a produção, gravação e muitas horas de histórias para contar. Esse é o caso das bandas Raimundos e Ultrage A Rigor.
Lançando o álbum Ultraje a Rigor vs. Raimundos, as bandas toparam o desafio até então tido como maluco do produtor Rafael Ramos, o queridinho de artistas como Pitty, Roberta Sá, Los Hermanos, Cachorro Grande, Móveis Coloniais do Acajú, Leoni, Rancore, entre outros, e gravaram um disco no qual cantam os sucessos um do outro. Maluquice? Nem um pouco. Foi justamente a admiração mútua dos músicos que impulsionou o projeto que ainda não tem shows marcados, mas já gera expectativa nos fãs que acompanham o trabalho dos "pais e filhos" do rock nacional.
Confira entrevista exclusiva que Roger Moreira do Ultraje e Digão do Raimundos cederam ao E+ sobre o projeto. E para entrar no clima de um falo o outro, assim como no disco, fizemos as mesmas perguntas aos dois músicos. Compare as respostas:
Roger Moreira, do Ultraje A Rigor:
Como surgiu a ideia do projeto?
A idéia partiu do Rafael Ramos. Achei ótima e aceitei no ato.
Como foi o processo de gravação? Durou quanto tempo? Quem o produziu?
Rafael Produziu. Gravamos em 3 fins de semana. Fomos de música em música, arranjando e gravando.
O que os fãs podem esperar de novo? Houve mudança nos arranjos ou nos tons?
Nos tons, não, pelo menos de nossa parte. Nos arranjos sim.
Para o Ultraje, como foi gravar Raimundos? Qual a importância da banda pro rock nacional?
Foi muito divertido. Os Raimundos foram, em minha opinião, a melhor banda dos anos 90 e influenciou muita gente que veio depois.
Digão, do Raimundos:
Como surgiu a ideia do projeto?
Foi idéia do Rafael Ramos, achei a proposta genial e veio em boa hora.
Como foi o processo de gravação? Durou quanto tempo? Quem o produziu?
Fizemos uma pré na minha casa, depois fomos pro estúdio Refinaria, chamamos nosso velho amigo Guiminha pra comandar as máquinas e acabou sendo produzido por todos nós mesmo. O processo de gravar foi rápido, os intervalos por causa da nossa agenda de shows que fez o processo demorar um pouco.
O que os fãs podem esperar de novo? Houve mudança nos arranjos ou nos tons?
Demos uma roupagem bem a nossa cara, com mais peso, velocidade e até umas mudadinhas nas letras pra "Raimundar"! Por exemplo, "Inútil" sofreu uma mutação completa! Foi muito divertido e acho que os fãs vão achar o mesmo! Foi de fã pra fãs!
Para o Raimundos, como foi tocar com os próprios ídolos? Qual a importancia da banda pro rock nacional?
Foi uma grande honra gravar as músicas que embalaram minha adolescência! É discoteca básica Rock'n'Roll! Posso dizer que o Ultraje é pai da criança (Raimundos) também!

Marca de uísque lança edição especial dos Rolling Stones



A fabricante japonesa Suntory Liquors preparou o lançamento de um uísque especial para celebrar os 50 anos da banda de Mick Jagger e Keith Richards. Série limitada, só serão fabricadas 150 garrafas.

O produto ganhou embalagem especial baseada no logotipo da banda criado por John Pasche na década de 1970. Gostou? Bom, agora é só ter coragem para desembolsar R$ 13 mil pela sua garrafa.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

'Eu sou uma mulher bem masculina', diz Ângela Dip



A partir de observações do cotidiano e inspirada por conversas com as próprias amigas, a atriz Ângela Dip concebeu o espetáculo Ângela Dip Só Para Mulheres, stand up que discute de forma bem humorada situações tipicamente femininas. Com texto que reúne de forma fragmentada e aleatória histórias, frases e pensamentos de várias mulheres, a atriz mostra no palco os deleites e dificuldades da mulher moderna vivendo em uma sociedade (ainda) machista.

O espetáculo que tem direção da própria atriz, experiente no segmento de humor, e que estreia nesta quarta-feira (4), seguirá temporada no Teatro da Livraria da Vila do Shopping Iguatemi-JK, em São Paulo, durante todo o mês de julho. E não se esqueça: somente mulheres podem entrar.

Antes de subir ao palco, Angela, que além deste espetáculo, está em cartaz com a comédia musical Sabor a Freud, falou com exclusividade ao E+. Confira.  

Como foi o processo de produção do espetáculo?
Angela - Este stand up comedy reúne um texto divertido com observações cotidianas, frases, pensamentos, estórias e histórias. Também é uma colagem de tiradas do meu Twitter. Ele tem abordagem feminina de inúmeras questões e situações mais pertinentes às mulheres. 

De onde surgiu a ideia de uma comédia exclusiva para as mulheres?
Angela - Percebi em dois eventos que fiz só pra mulheres que a reação delas é mais intensa e espontânea. Acho interessante, divertido e diferente o jeito que só nós, mulheres, nos comunicamos. Eu e minhas amigas gostamos de contar e recontar causos. Nós adoramos "perder tempo" especulando, criticando, reclamando, desabafando e sobretudo rindo das situações a que somos expostas.Para mim, a conversa tem um poder transformador e terapêutico.

Em uma sociedade machista, você acredita que o fortalecimento do feminismo e dessa ideia de "exclusividade feminina" contribui para diminuição de preconceitos e aumento de igualdade?
Eu não sou nenhuma estudiosa do assunto, sou artista e sou mulher, mas acho que só através da educação,conhecimento, cultura, inclusão digital e acesso à informação é que comportamentos diferenciados, tanto de homens quanto de mulheres, serão cada vez mais aceitos, fortalecidos e legitimados.

Esse conflito machismo x feminismo não é sexista?
Eu acho que sempre haverão conflitos de interesses entre os seres humanos, independente das variadas categorias sexuais. Seres humanos têm limitações e privilégios tanto biológicos quanto culturais e políticos. A  ignorância, intolerância e o cerceamento a liberdade é que é sexista.

Quais conquistas das mulheres você considera importante e quais ainda precisam ser feitas?
Acho prazeroso que existam redutos femininos e redutos masculinos. Por outro lado estamos ainda em defasagem, correndo atrás pra ocupar espaços da nossa maneira porque  a "história" foi  feita pelos  homens. Antigamente até papeis femininos no teatro eram executados por homens. Se você analisar  filmes e livros, eles falam mais de heróis e figuras masculinas endeusadas do que de mulheres. Os homens foram mais atuantes na construção da civilização. Às mulheres (salvo raras exceções) era reservado o lar e o cuidado dos filhos, talvez porque gerar um  filho é uma realização tão grande que a  mulher sente-se completa. Os homens nunca sentem-se "completos", por isto apesar das revoluções, descobrimentos, guerras e conquista, eles jamais irão sentir-se  satisfeitos. Seguindo este raciocínio eu sou uma mulher bem masculina. Não tive filhos. Tudo me seduz e nada me satisfaz. 

Nesse processo de "evolução" e conquista dos direitos, houve algum retrocesso?
Acho que não. Mas temos de ficar atentas para termos a liberdade de escolhermos. Ser só do "lar" como nossas avós como astronautas. Temos que sempre batalhar pelo direito a esta liberdade de escolha.

Piadas sobre consumo exagerado e preocupação excessiva coma beleza não transmitem e reforçam uma imagem fútil da mulher?
Mostrar o ridículo disto de uma maneira engraçada é uma crítica .Por outro lado, as mulheres tem que ter direito de usarem seus corpos da maneira que quiserem, sem serem incomodadas e julgadas. Mas uma mulher não pode se dar ao luxo de ser ingênua aqui America Latina. Continuamos na "barbárie". Em qualquer categoria sexual existem seres humanos fúteis consumistas e narcisistas, mas acho que nós, brasileiros, com o tal aquecimento econômico,  temos que nos preocupar em nos transformarmos numa "nação desenvolvida" e não só num "grande mercado consumidor", que se vangloria de comprar calcinhas e vitaminas nos EUA. 

O que o espectador pode esperar da peça? Com o que ele vai se surpreender?
Vai rir e ouvir estórias divertidas. Mas enfim, cada um tem a emoção, reflexão e conexão que merece... ou que pode.

Serviço
Ângela Dip só para mulheres
Temporada: Todas as quartas-feiras do mês de julho, às 20h
Ingressos: R$ 40 (com meia entrada)
Capacidade: 125 lugares
Duração: 50 minutos
Faixa Etária: 14 anos
Gênero: humor stand up
Local Teatro da Livraria da Vila no Shopping Iguatemi - JK
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2041 - Vila Olímpia
Bilheteria: das 10h30 às 22h de segunda a sexta-feira, sábados das 10h às 22h; Domingo das 12h às 20h ou através do Ingresso Rápido: http://www.ingressorapido.com.br/ (11) 4003-1212




'Coisas Eróticas': primeiro filme de sexo explícito nacional completa 30 anos; documentário e livro registram bastidores do longa


Denise Godinho e Hugo Moura, idealizadores dos projetos. Foto: Divulgação
O Brasil é considerado o terceiro maior mercado produtor de filmes pornôs do mundo. Produtoras, distribuidoras, técnicos, atrizes, atores e outros profissionais se beneficiam hoje de um mercado consolidado e que continua em franco crescimento. Mas como tudo começou? Como surgiu a ideia de se fazer um filme tendo como maior atrativo o sexo explícito?
Motivados por essa curiosidade, os jornalistas Denise Godinho e Hugo Moura (foto) realizaram uma pesquisa rigorosa, inicialmente como para um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que resultou em livro (Coisas Eróticas - A História Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Nacional, Ed. Panda Books, 200 págs., R$ 36) e documentário (A Primeira Vez do Cinema Brasileiro), que retrata os bastidores da produção de Coisas Eróticas, primeiro filme nacional de sexo explícito. 
Muito se engana, porém, quem acredita que a reunião de material conta apenas essa história: livro e documentário remontam e narram como foi a produção de filmes no final da década de 1970 e início de 1980 pela célebre Boca do Lixo, região central de São Paulo que concentrava artistas, cineastas e produtores que transgrediram o cinema nacional. 
Sim, há mérito em retratar os bastidores do primeiro pornô brasileiro, longa que marcou época e interferiu de forma irreversível nos rumos do cinema nacional. Mas o trabalho de revisitar uma época e trazer um panorama da produção cinematográfica do País tem ainda mais ousadia.
Os autores falaram ao E+ e contaram detalhes do livro e documentário que estreia no dia 7 de julho no Cine Windsor, data e local escolhidos propositalmente: há 30 anos no mesmo lugar estreou Coisas Eróticas e o cinema nacional perdeu a sua "virgindade". Confira:
O trabalho de pesquisa surgiu de um TCC, mas como foram concebidos o livro e o documentário, já que são duas obras diferentes?
Denise - O trabalho de TCC era um documentário de 30 minutos. E como tínhamos prazos a cumprir, acabamos fazendo um trabalho bem aquém do que é A Primeira Vez do Cinema Brasileiro. Por isso, decidimos que, assim que terminassemos a faculdade, continuaríamos com o documentário. Bruno Graziano entrou com a produtora dele, a Controle Remoto Filmes, e partimos com a ideia de transformar o trabalho em longa. Além disso, o aniversário de 30 anos estava bem próximo e em dois anos terminamos as pesquisas, entrevistas, montagem e conseguimos pegar esse momento de comemoração. Quanto ao livro, não tínhamos um projeto de fazer um doc e um livro. A coisa aconteceu bem naturalmente. Um amigo nosso escreveu uma reportagem sobre o aniversário do pornô em um revista e citou que dois jornalistas estavam fazendo um documentário sobre o assunto. Marcelo Duarte, dono da Panda Books, leu a matéria, achou que seria um tema legal para virar um livro-reportagem e nos convidou. E foi ótimo. Porque o livro completa o documentário. Afinal de contas, fica difícil condensar a história do Coisas Eróticas em um filme. O livro vem para esmiuçar esta história.
Hugo - Denise e eu sempre gostamos bastante de cinema. E poder juntar jornalismo com cinema pra fazer um documentário foi uma fórmula que pra gente fazia - e faz - muito sentido. Documentar é pesquisar, é correr atrás de informação e transformar toda essa busca em imagens produzidas por nós, numa narrativa com o ritmo ditado por nós, foi muito bacana. Na cabeça de muita gente, documentário é só aquilo que passa na Discovery Channel, no Animal Planet. E vários deles são documentários quadrados, muitos deles didáticos. Mas documentário pode abordar qualquer tema. Até um tema sobre pornografia, por que não? Para o documentário procuramos, primeiramente, todos os envolvidos com o filme. Atores, atrizes, pessoal da Boca, gente que gosta das pornochanchadas. Logo depois do TCC, nos juntamos ao Bruno Graziano, e resolvemos profissionalizar o documentário. Regravamos boa parte do material e gravamos cerca de 25 entrevistas a mais do que tinha no TCC para tentar fazer a coisa virar de verdade. 
Por que a escolha pelo tema?
Denise - Quando começamos a fazer o projeto de TCC, estávamos em 2009. Eu me lembro que naquela ocasião, comemorava-se os 30 anos que o filme Império dos Sentidos tinha sido exibido na Mostra Internacional de Cinema. E em algumas reportagens, falavam das cenas de sexo explícito em plena ditadura militar e sobre os trâmites burocráticos por trás da liberação. E aí surgiu a dúvida: qual seria o primeiro filme pornográfico brasileiro? Naquela altura, a gente conhecia a pornochanchada, mas não fazia ideia da existência do Coisas Eróticas. Quando fomos pesquisar sobre o assunto, pesquisa básica mesmo, pelo Google, não se falava quase nada sobre. Só que o filme tinha levado mais de 4,5 milhões de pessoas ao cinema. Acho que esse foi o mote. Caiu o queixo e pensamos: "O que? Um filme pornográfico levou tudo isso ao cinema?". E aí, não teve mais jeito. Já estávamos presos pelo tema.
Hugo - Além do lance do Império dos Sentidos, assisti a um documentário chamado Por Dentro da Garganta Profunda, que contava justamente sobre o primeiro filme pornô norte-americano, o Garganta Profunda. Fez tudo muito sentido. Império dos Sentidos, o primeiro japonês, Garganta Profunda, o primeiro estadunidense. Mas, espera. E o brasileiro, qual foi? Na Internet, nada. Wikipedia, muito pouco. Era um desafio descobrir as histórias do primeiro pornô justamente porque não havia nada sobre o tema. Mas com pouca coisa, descobrimos passagens tão bacanas sobre a história do filme que antes de perceber que tínhamos escolhido o tema, a gente já estava discutindo como fazer sem nem ter batido o martelo. E ficou.
Quais as principais dificuldades na apuração e fatos curiosos desses processo?
Denise - As dificuldades são aquelas óbvias quando se fala sobre pornografia. A rejeição dos envolvidos. Coisas Eróticas foi um filme feito há 30 anos, que repercutiu bastante na época, mas acabou esquecido. Fizemos uma pesquisa, e ninguém lembrou do aniversário de dez nem de 20 anos do pornô. Ou seja, ele caiu no esquecimento. As atrizes que fizeram o filme pensaram: "Graças a Deus! Ninguém mais falará sobre o assunto". E aí, de repente, dois estudantes de jornalismo aparecem querendo desenterrar a história delas. Foi complicado. Tanto é que não conseguimos falar com todas as atrizes. Uma é casada e o marido e o filho nem imaginam o que ela fez. A outra dá aula de ginástica em Los Angeles e não quer falar sobre Coisas Eróticas nem sob tortura. A Zaíra Bueno deixou claro que renega o filme da sua biografia. Fora isso, tinha os problemas de "telefone sem fio". Uma história era contada de mil maneiras diferentes. Quando começamos a pesquisa, nos contaram que a Vânia Bonier era prostituta na Luz e o ator Oásis Minitti tinha morrido de Aids. Na verdade, Vânia tinha sido cafetina na Luz e o Oasis morreu de infarto, mas o seu pupilo Oswaldo Cirilo é quem tinha morrido de Aids.
Hugo - Olha, procurar por uma pessoa que não existe é algo que simplesmente não funciona. Se em três décadas as pessoas já haviam mudado tanto, eu não imaginei que até o nome elas tinham de diferente. Porque os créditos do Coisas Eróticas estão todos trocados - é "Walder", que na vida real é "Waldemar", "Vânia" que se chama "Vanilda". Entendo que eram nomes artísticos. Hoje em dia isso também ocorre, e é normal já que se trata de um meio artístico. Mas sem nome, três décadas depois, aparecer para resgatar um passado que nunca ninguém tinha parado para se debruçar sobre ele foi bem difícil. Convencer as pessoas a falar também foi pesado. É duro aparecer do nada e dizer "oi, você fez um filme pornô quando era jovem, não é?". É um assunto delicado para lidar com família dessas pessoas, sabe? E ainda tinha a moral do Raffaele Rossi, diretor do filme, que não era das melhores. Atores que tinham trabalhado com ele, antes ou depois de "Coisas Eróticas", não queriam nem ouvir falar no nome do cara. Teve caso de atriz da pornochanchada que desligou na minha cara logo que citei o nome do cineasta. Tinha o fato de ele também ter falecido. Uma tristeza falar de uma obra da qual o dono não existe mais. Mas graças a Deus as pessoas têm algo louvável chamado memória. E isso nos moveu atrás das histórias mais loucas do filme.
O trabalho de pesquisa surgiu a partir de um TCC na Metodista. Como foi sugerir e trabalhar o tema dentro de uma instituição cristã?
Denise - Olha, nós pensamos que ia ser mais difícil. Mas, até que rolou tranquilamente. Na verdade, a gente usou a abordagem de que era um trabalho que contava um recorte da cinematografia brasileira e não um trabalho sobre pornografia. Afinal de contas, durante quase dez anos o Brasil se viu mergulhado no gênero pornô e isso graças ao Coisas Eróticas. Mas, claro que tivemos alguns problemas. No dia da banca, apresentamos o documentário de 30 minutos sem uma cena de nudez sequer.                              
Hugo - Lembro que bem no início da escolha do tema nós tínhamos outras opções. E conversamos com uma professora nossa, Verônica,que tinha um jeitão muito correto. Sabe aquelas pessoas competentes, metódicas, organizadas, de prazos e horários? Era ela. E fiquei surpreso quando em meio aos temas ela soltou um "isso dá samba" quando falamos de Coisas Eróticas. Vai ver ela é uma libertária presa naquele corpo de Metodista (risos). Mas a Metodista nos apoiou. Teria vergonha se tivessem limado a gente por causa do tema. Claro que não houve cenas de sexo explícito no documentário, mas esse também não era o objetivo. O objetivo era contar a história do filme.  
Fale um pouco sobre o documentário e sua estreia no dia 07/07, aniversário de exibição de 'Coisas Eróticas'.
Denise - A gente tinha o documentário pronto e pensamos: "Tá, e agora? O que faremos com ele?". Nossa ideia inicial era colocar em festivais, mas aí percebemos que o aniversário estava quase chegando e seria de uma mística sensacional se o documentário estreasse no dia do lançamento do Coisas Eróticas, no mesmo cinema, o Cine Windsor. Conversamos com o Francisco Luccas e o filho dele, o Giscard, donos do Cine Windsor e Cine Dom José, e, por sorte, eles adoraram a ideia e ainda sugeriram que o próprio filme fosse exibido após o documentário. Aí, ficou combinado que vamos mostrar o documentário, depois teremos uma mesa de debate com atores e produtores do filme falando sobre como foi fazer o Coisas Eróticas à luz do dia e, em seguida, teremos a exibição do filme. 
Hugo - Estou bem feliz pela exibição do documentário no Windsor. É histórico, né? Tem uma áurea de "foi aqui que tudo aconteceu" no lugar. E é tão engraçado porque o filho do Raffaele Rossi, o Eduardo, nunca tinha ido naquele cinema. E por causa de uma das entrevistas que fizemos com ele, quisemos gravar uma lá naquelas poltronas antigas e vermelhas, e ele pisou no Cine Windsor pela primeira vez. Aquela sala tem um significado enorme. É linda, tem um aspecto antigo, tem camarote, como nos velhos tempos. Vai ser fascinante estar lá no dia exato em que se completam 30 anos da estreia. 
Apesar de sermos vistos lá fora como um povo liberal, nossa base moral e religiosa vem do cristianismo. Nesse trabalho de pesquisa, como foi fazer esse balanço conservador paradoxal com a indústria pornô nacional, que é uma das mais fortes no mundo?
Denise - Olha, se a gente se lembrar lá trás, quando a Igreja Católica era a senhora do mundo ocidental (por exemplo, na Idade Média, quando ela se afirma como religião do Estado), naquele momento a interferência na vida pessoal era absurda. O calendário litúrgico previa vários dias de abstinência sexual, isso entre os casados. Mesmo assim, com toda essa interferência na vida íntima do fiel, sempre existiu a pornografia, o sexo fora do casamento, a prostituição, a gravidez não planejada etc. A verdade é que o sexo foi sempre um instinto extremamente forte no ser humano, é um instinto animal. Só que a gente tem as convenções sociais que nos permitem segurar os impulsos. Focault (Michel, filósofo francês, que viveu entre 1926 e 1984)fala que justamente porque o sexo é fadado ao proibido existe uma curiosidade sobre o assunto. E falar sobre é considerado uma transgressão. Acho que este conflito entre curiosidade e moralismo vai existir para sempre. Os conservadores vão apontar o dedo e julgar o gênero. E os consumidores continuarão procurando meios de ter acesso à pornografia. 
Nos Estados Unidos e em outros países o cinema pornô tem espaço e reconhecimento diferentes daqui. Muitos atores são cultuados, recebem altos cachês e são premiados, já que existe celebração no meio. O que você atribui essa gigante diferença do nosso cinema pornô? Temos edição nacional do Erotika Video Awards e agora em maio tivemos a PopPorn, mas o cenário é bem diferente.
Denise - Olha, para ser sincera, acho que a pornografia está passando por uma crise mundial. De fato, nos EUA há um reconhecimento maior por causa da produção, do Porn Valley, mas a situação já não é tão boa. Os atores já não ganham tanto dinheiro. É claro que a situação no Brasil deve ser pior. Hoje as produtoras procuram meios de se reinventar porque a internet e a pirataria acabaram com o nicho. Os atores ganham pouquíssimo, então já não vale  mais a pena ser ator de filme pornô no Brasil. Claro, muitos fazem porque gostam, mas fora as cenas gravadas, eles têm outros meios de ganhar dinheiro. Acho que por mais que tenhamos estes eventos, ainda não é reconhecido como as premiações estrangeiras, mas são de extrema importância para estudar o assunto. O Pop Porn leva questionamentos e debates que são super interessantes, justamente, para entender este momento de crise que o gênero vem enfrentando.                 
Hugo - Monica Mattos, por exemplo, ganhou lá fora o "Oscar" pornô. Mas não passou muito daí. O Rogê Ferro, que é o ator com o maior número de cenas adultas, tem planos de um filme a ser interpretado, dizem os jornais, pelo Malvino Salvador. Salvo essas e outras exceções, o cinema pornô brasileiro está em crise. O pornô americano tem boa produção e gravação e talvez seja isso que falta para o Brasil, ter profissionais para produzir um filme pornô de qualidade técnica. 
José Mojica disse que 'Coisas Eróticas' foi o início do fim.Você acha que o cinema pornô é transgressor, colabora para quebra de paradigmas, é uma expressão de arte ou que ele banaliza e explora as relações humanas (tendo em vista o seu início e a situação atual do cinema)?
Denise - Depende de qual período estamos analisando. Eu acho que o filme Império dos Sentidos é uma expressão de arte, porque é um filme belíssimo e muito bem feito, assim como tem a sua parte transgressora, pois existe todo aquele contexto político por trás. No caso do Coisas Eróticas, ele não é um filme bem feito, é um filme bem raso, mas a importância dele é muito mais histórica do que cinematográfica, justamente pelo que ele representou para o cinema e o contexto da época. Hoje em dia é difícil analisar os filmes pornográficos. Não tem mais história e necessidade de inovação nos aspectos técnicos. É tudo muito mecânico. E nós precisamos de um subtexto  para se excitar com o sexo. Por este lado, eu acho que os filmes atuais banalizam as relações humanas. 
Hugo - O Mojica estava certo quando disse que Coisas Eróticas era o início do fim porque o primeiro pornô realmente assassinou, sem dó nem piedade, o cinema paulistano de costumes. O cinema feito na rua, popular, que tinha como público os trabalhadores do próprio centro da cidade, foi atropelado pelo pornográfico. Depois de anos de chumbo, surge um filme pornô? As pessoas queriam mais é assistir. Daí, com o sucesso de Coisas Eróticas, os cinemas só queriam exibir filmes pornográficos. Foi transgressor nessa época. Derrubou o Conselho Superior de Censura. Foi lançado quatro meses depois de um discurso em que o presidente Figueiredo falava de uma batalha ferrenha contra os pornógrafos. É como se a Dilma dissesse hoje que lutaria com unhas e dentes contra o aborto, e daqui quatro meses abrisse uma clínica no meio do centro de São Paulo e fizesse 100 abortos por dia. E como se depois a presidente olhasse e falasse: "Ok, que continuem com isso". Porque foi isso que o Figueiredo fez. Disse que iria lutar, deixou passar o filme, foi um estouro e ele não teve mais o que fazer - ou não quis fazer. O filme pornô é transgressor. Uns dirão que é burro, bobo, enfadonho. Eu acho transgressor. As pessoas fazem sexo, furam bloqueios para estar ali, transando em frente às câmeras. Muitas vezes pra conseguir dinheiro, muitas vezes porque gostam mesmo é de sexo. Banaliza? Depende. O filme pornô convencional, como o conhecemos hoje, banaliza, sim, de certa forma. Mas uma cena explícita dentro de um filme não banaliza.
No livro se diz que Raffaele Rossi foi vítima de sua própria criação, já que após seu filme houve saturação no gênero. Essa é a visão dos produtores ainda vivos da Boca do Lixo? O videocassete não teria tido mais peso nessa mudança mercadológica? 
Denise - Os produtores acreditam que, no caso do Coisas Eróticas, o tiro saiu pela culatra. Veja bem, o Raffaele era considerado um cineasta medíocre, ele não tinha cuidado com as produções dele. Ele ficou famoso porque foi o primeiro diretor da Boca do Lixo que fez um filme pornográfico. Mas, depois que os exibidores começaram a exigir cenas explícitas em todos os filmes, os outros diretores, que eram mais cuidadosos, capricharam nas produções. Por exemplo, Oh, Rebuceteio, do Cláudio Cunha, que é um filme de sexo explícito muito bem feito e muito bonito. Então, o Raffaele não acompanhou essa modificação. Os filmes dele continuaram no mesmo patamar, tanto é que ele tentou repetir o sucesso lançando o Coisas Eróticas 2, mas naquela altura já não tinha motivos para o espectador assistir a um filme meia boca, se tinha produções muito melhores em cartaz. Quanto ao videocassete, acho que ele influenciou bastante para o início das salas especiais para o gênero, mas não interferiu na produção cinematográfica em si. Justamente, porque após o Coisas Eróticas, o cinema brasileiro ficou praticamente mergulhado em pornografia por quase dez anos. 
Hugo - Não acho que "Coisas Eróticas" em si saturou o gênero. Quem saturou foram os exibidores que, vendo o sucesso do primeiro pornô, obrigaram os cineastas da Boca a produzirem filmes com cenas de sexo explícito. O videocassete fez efeito, mas não foi a razão primordial nem de longe. As pessoas estavam cansadas, talvez, da Boca, que não se reinventava. A pornochanchada durou bastante tempo, assim como o pornô, e sem novidades o desgaste é inevitável. 
Denise, como foi para uma mulher ter de lidar com o tema? Como família e pessoas envolvidas na apuração lidaram com a sua presença em um ambiente tipicamente masculino?
Denise - Olha, na verdade foi bem tranquilo. Eu não sofri nenhum tipo de preconceito e é engraçado porque, na verdade, não é um ambiente tão masculino assim. Há muitas mulheres por trás da pornografia. Mas foi uma experiência interessante para romper os meus próprios preconceitos quanto ao tema. Antes de entrar na pesquisa, eu tinha uma imagem do gênero que é completamente oposta da realidade. Para mim, os atores eram todos drogados, era uma putaria infinita, todo mundo pegava todo mundo, que na verdade é o que todo mundo fala e supõe sobre essa indústria. E na verdade há um cuidado muito grande quanto a isso. Os atores com quem eu conversei não bebem, não fumam, são vegetarianos, se exercitam três horas diárias, todos os dias da semana, porque precisam cuidar do instrumento de trabalho deles, que é o corpo. Não estou dizendo que é uma área livre de problemas. É claro que sempre tem o cara que cheira antes de entrar em cena, a mulher que faz o trabalho escondido da família, mas eu acredito que não é nada tão diferente do que acontece em qualquer área. Graças a esse trabalho, eu fiz muitas amizades que eu prezo muito.
Do ponto de vista feminista, você acredita que as mulheres que têm uma postura sexual liberal são de fato livres ou são vítimas de um modelo machista que ainda explora a sua imagem? As atrizes são heroínas ou vítimas?
A pornografia atual é feita para homens. O exagero de closes vaginais e a falta de diálogos não deixam nenhum espaço para a imaginação, que é o que realmente pesa para uma mulher numa relação sexual. Mas, isso não quer dizer que a mulher não tenha curiosidade de assistir a um filme ou de procurar meios que a excite e é aí que surge o Feminist Porn, que são filmes dirigidos por mulheres, feitos para mulheres. A produtora de filmes pornográficos femininos e especialista em feminismo Erika Lusk escreveu um livro super interessante sobre o assunto, o Good Porn - A Woman´s Guide. Ela fala justamente sobre a necessidade de ter um cinema especializado para mulheres e ela defende que nós temos o direito de gostar destes filmes. As produções desse novo gênero são muito mais delicadas, e aproxima as personagens da realidade, fugindo daquela coisa pitoresca que geralmente é um filme convencional. Na minha opinião, as atrizes são heroínas. Elas não foram forçadas a entrar neste meio e, você ficaria assustada de saber quão alto é o número de atrizes que fazem isso porque gostam. Eu acho que é um cinema que sempre vai existir, procurando outros meios para se reinventar sempre, mas vai existir. Então, será necessário ter atrizes para isso. E acho que ter consciência disso e topar entrar neste meio requer muita coragem, segurança e amor próprio e, por isso, elas são heroínas.