Foto: Divulgação
O cantor e compositor Tiago Iorc acaba de lançar seu segundo disco, Umbilical, e para divulgá-lo, o brasiliense abre sua turnê nacional com dois shows, hoje e sábado (23) no Café Paon, em São Paulo. Conhecido após emplacar sete músicas em trilhas de novelas da Rede Globo nos últimos quatro anos, seu primeiro álbum, Let Yourself In, chegou a ter uma de suas músicas entre as mais tocadas na parada Billboard do Japão e seu show foi eleito pelo público como o melhor internacional do Grand Mint Festival na Coréia do Sul, em 2010.
A primeira apresentação dessa nova turnê aconteceu em março, nos Estados Unidos, onde Tiago foi uma das atrações no SXSW 2012 (South by Southwest), um dos maiores festivais de música do mundo. E é com essa bagagem que o cantor de 26 anos apresenta o seu novo trabalho.
Em entrevista exclusiva ao E+, Tiago falou do processo de gravação de seu novo trabalho (que já possui single, Story of a Man, assista o clipe abaixo), algumas curiosidades de sua personalidade e revelou um de seus maiores prazeres: a gastronomia. Confira.
Como foi a produção deste disco?
A primeira etapa da produção desse disco começou no meu apartamento, em outubro de 2010. Foram cinco meses em que deixei fluir todo o tipo de ideia e usei um gravador portátil para registrar tudo. Com o tempo as melodias foram se encaixando e as letras foram surgindo. Reuni as composições mais coerentes e fiz uma demo que enviei para o pessoal da gravadora em fevereiro de 2011. Nesse momento comecei a conversar com alguns possíveis produtores e acabei conhecendo o Andy Chase - produtor de Nova York - que se interessou muito pelo trabalho e se ofereceu para vir ao Brasil para trabalharmos juntos. As gravações começaram no estúdio Madre Música no Rio de Janeiro, onde registramos as bases para as músicas com a banda. Em seguida, fui com o Andy para Nova York para gravar as vozes e alguns instrumentos adicionais no Stratosphere Sound, onde o disco também foi mixado. A masterização foi feita pelo Ted Jensen no Sterling Sound.
O que foi diferente neste do 1º álbum? Seja em composição, produção ou arranjos?
Esse último trabalho está mais conciso. Para se ter uma ideia, o primeiro disco levou algumas semanas para ficar pronto. O segundo, levou quase um ano. Cheguei no segundo disco com a bagagem do primeiro mais todas as experiências desses últimos quatro anos. Isso me deu mais segurança, claro. Uma das coisas que mais reparo é a minha voz, que aprendi a usar melhor.
Quais as principais influências e inspirações para o álbum?
As músicas são bastante autobiográficas. A inspiração veio do meu cotidiano e da minha relação com as pessoas que fazem parte da minha vida. Na hora de produzir e gravar o disco, fizemos questão de deixar a pluralidade do talento dos músicos da banda transbordar em cada música. As influências estão todas ali, mas não as buscamos intencionalmente. Tudo o que já vivenciamos, toda a música que já ouvimos, dá base à esse trabalho.
O que planeja para os próximos meses?
Por enquanto a ideia é dar sequência à turnê e dividir esse novo trabalho com as pessoas. Os shows tem sido muito especiais. É possível que saia um próximo vídeo-clipe também.
Com quem gostaria de fazer parceria?
Adoraria fazer uma parceria com a Norah Jones. Aprendi muito ouvindo os trabalhos dela e acho ela encantadora.
Como é o seu processo de composição?
Meu processo de composição nasce e gira em torno das melodias. Seja dos instrumentos ou da própria voz, é da melodia que nascem as primeiras faíscas para uma música. E é normalmente a melodia que orienta o caminho para cada composição. Os fragmentos vão se organizando e inspirando acordes, depois palavras, e as peças vão se encaixando.
Como é cantar em inglês em um País que fala português? Isso não limita o alcance de seu trabalho?
O limite da arte está no interesse das pessoas. Quando se trata de música, ela dá o seu jeito de comover, seja pela palavra, pela melodia ou pelo timbre de um determinado instrumento. Se eu estivesse cantando em turco talvez houvesse, de fato, uma limitação mais notável. Mas o inglês está inserido no cotidiano de boa parte do mundo. Basta ver o comportamento de consumo de música, de cinema, de séries de televisão. Analisando por esse lado, o fato de cantar em inglês se torna até o contrário de uma limitação, já que a música não se limita aos interesses de um único país.
Mas não faço música pensando nisso. Como artista, expresso o ponto de vista da minha pequenina existência, que teve como particularidade uma imersão em dois países de língua inglesa quando eu ainda era muito novo. E tem sido muito especial dividir isso com as pessoas, inclusive aqui no Brasil.
Como é a sua rotina do dia a dia? Fora a música, o que gosta de fazer?
Gosto de cozinhar e passar tempo com as pessoas queridas. Também adoro fotografar, ler e assistir filmes.
Atualmente reside em qual cidade? O que ela tem de melhor para se fazer?
Hoje moro em Curitiba. Tenho gostado bastante de passear pelo centro histórico da cidade. Sempre se encontra alguma coisa boa para se fazer por lá. E lá fica meu restaurante favorito, o Mikado. Os proprietários são um casal de imigrantes japoneses que fazem questão de ir à feira todos os dias para escolher os ingredientes do cardápio. Aí já dá para perceber o carinho no preparo da comida, que é deliciosa. Em especial, o frango à milanesa temperado com gengibre. Recomendo.
Serviço
Tiago Iorc - Umbilical Acoustic Tour
Quando: 22 e 23/06 (sexta e sábado), às 22h30
Local: Café Paon - Avenida Pavão, 950 - Moema
Ingresso: R$40 (couvert artístico antecipado) e R$50 (no dia)
Quando: 22 e 23/06 (sexta e sábado), às 22h30
Local: Café Paon - Avenida Pavão, 950 - Moema
Ingresso: R$40 (couvert artístico antecipado) e R$50 (no dia)